copa do brasil

08/06/2011 19:09

Com vandalismo no passado, Coritiba garante decisão 'ordeira'

Diretoria afirma que mudanças no Couto Pereira desde o quebra-quebra de 2009 foram mais de filosofia e menos de estrutura

 

“Torcedor, colabore. Não invada o gramado. Não atire objetivos em campo. Pena: interdição do estádio.” O aviso desfila pelo gramado antes de todos os jogos do Couto Pereira. A referência é o dia 6 de dezembro de 2009, quando um grupo de torcedores proporcionou um verdadeiro quebra-quebra após o empate em 1 a 1 com o Fluminense, que determinou a queda do Coritiba para a Série B do Campeonato Brasileiro. A interdição do estádio por dez partidas, no ano seguinte, fez o clube se movimentar para mudar a estrutura de sua casa. E agora estará novamente no centro das atenções, abrigando, nesta quarta-feira, a decisão da Copa do Brasil, contra o Vasco.

O momento mais difícil da história foi também o que muitos no clube consideram o melhor. O Coritiba decidiu aproveitar o rebaixamento e a interdição para mudar o perfil dos frequentadores do Couto Pereira. No ano passado, deu início a uma nova política de inclusão de sócios. A ideia foi priorizar a gestão profissional e atrair famílias ao estádio. Em janeiro de 2010, o clube tinha 2 mil sócios. Hoje, eles são cerca de 31 mil. População capaz de quase encher a casa do Coxa – que tem capacidade para 34.800 – com torcedores que enxergam o local como sendo de sua propriedade.

Estádio Couto Pereira Coritiba chuva (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)'Guarda-corpo': grade da arquibancada é uma das poucas modificações na estrutura do Couto Pereira (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)

Pouco mais de um ano depois do início da nova estratégia, o Coritiba garante ser capaz de promover a decisão da Copa do Brasil com eficiência, organização e respeito aos torcedores. No Couto Pereira, entretanto, ninguém diz ver a partida contra o Vasco como uma oportunidade de provar ao país que atos de vandalismo fazem parte do passado.

- Temos a certeza de que será uma decisão ordeira. Sempre acreditamos que o episódio de 2009 foi eventual, isolado. Desde então, disputamos quatro torneios e vencemos três, o que encaramos como um reflexo da mudança de filosofia do clube, que já mostrou que ressurgiu - afirmou José Rodolfo Gonçalves Leite, conhecido como Doth, superintendente de administração do Coritiba.

Os sócios agora são maioria nas partidas do Couto Pereira, depois do rompimento com as facções organizadas. Atualmente, todas as pessoas presentes ao estádio em dias de jogos são cadastradas, do simples frequentador da arquibancada aos profissionais de imprensa.

'Isso aqui também é a minha casa'

 

Em relação à estrutura física, o Coritiba afirma ter feito poucas modificações. Recentemente foi instalado um novo “guarda-corpo” – espécie de grade de baixa estatura, localizada no limite da arquibancada – nos padrões da Fifa. Além disso, há câmeras que captam imagens com melhor resolução e refletores mais modernos.

- Existe um tratamento diferente ao patrimônio do clube, exatamente por causa da fidelização. Até mesmo os integrantes de organizadas tornaram-se sócios. Todos esses aspectos, somados à campanha do time, mostraram que o Coritiba não é mais aquele. Hoje, o torcedor que vai ao Couto Pereira pensa: “Isso aqui também é a minha casa”.

A casa da final da Copa do Brasil vai reunir dois clubes que viveram o drama do rebaixamento e nesta quarta-feira buscarão selar a recuperação com a conquista inédita. Nesta quarta-feira