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22/06/2011 12:33

Vindo de Israel, 'hincha' do Peñarol passa por provações para ver final

Fabián Klein é uruguaio, mas mora longe do país. Torcedor deu migué no trabalho, foi hostilizado por santistas e verá jogo desta quarta do tobogã

 

Torcedor do Peñarol que veio de Israel (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com)Torcedor do Peñarol: fé no título da Libertadores

Aos 28 anos, o uruguaio Fabián Klein nunca viveu um momento de tanta ansiedade pelo seu amado Peñarol. Até aí, milhões de carboneros mais jovens têm o mesmo sentimento, já que o time não é campeão da Taça Libertadores desde 1987. A diferença de Klein é que ele veio de longe, muito longe, para acompanhar a finalíssima contra o Santos, às 21h50m desta quarta-feira, no Pacaembu. Morando há seis anos e meio em Israel, ele encarou uma série de percalços para chegar em condições de assistir aos dois jogos que decidem a competição.

- Pelo Peñarol, vale a pena. Depois eu vejo como pagar tudo isso – afirmou Klein.

Ainda em Israel, ele primeiro deu um “migué” no chefe para conseguir retornar à América do Sul. Há um mês trabalhando com telemarketing, Fabián disse que as passagens já estavam compradas e que ele precisava visitar a família em Montevidéu. No fim das contas, o chefe entendeu que a paixão pelo Peñarol era o que movia o torcedor, e deu duas semanas de folga a Fabián Klein.

A partir daí, ele voou para São Paulo e faria conexão para Montevidéu. No entanto, as cinzas do vulcão Puyehue atrapalharam, e o torcedor teve de desembarcar em Porto Alegre, junto a centenas de santistas que faziam o mesmo trajeto.

Tive de comprar ingresso do Santos, mas não dá para ver o jogo do lado inimigo"
Fabián Klein

- Me xingaram um pouco, tiraram sarro, mas no Uruguai a coisa mudou de lado – relatou Fabián Klein.

Depois do 0 a 0 no Estádio Centenário, o torcedor passou alguns dias com a família no Uruguai, e só embarcou para o Brasil nesta terça, já com ingresso assegurado para a finalíssima. Só há um pequeno problema: a entrada é para o tobogã, um dos vários setores destinados aos santistas. Com português quase fluente, fruto da convivência com brasileiros em Israel, Fabián Klein promete resolver a situação.

- Colocaram só 2.450 ingressos para nós do Peñarol, e todos foram repassados a agências de viagens e dirigentes. Então tive de comprar ingresso do Santos mesmo. Vou ver se consigo trocar com alguém, vender... O que não dá é para ver o jogo do lado inimigo – alertou o torcedor.

Ele prefere não calcular os gastos totais da aventura, mas já estima despesas de mais de US$ 1.800,00 (cerca de R$ 2.500,00). Isso sem contar a hospedagem, num hotel do centro de São Paulo, nem os gastos com transporte e alimentação na cidade.

- Quando eu voltar à realidade, vou reorganizar as finanças. Mas por enquanto vivo um sonho – finalizou o torcedor.