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Estádio da Série C é transformado em prisão provisória pelo Ministério Público
A decisão revoltou os torcedores do Araguaína, mas o estádio é do Governo do Tocantins
Araguaína, TO, 27 - O Mirandão, estádio onde o Araguaína manda seus jogos, servirá de prisão provisória para 14 presos que estavam trancados em uma cela em condições precárias. A Defensoria vinha pedindo ao Ministério Público Estadual (MPE) que abrandassem a prisão dos presos provisórios da Delegacia de Plantão de Araguaína.
Após as denúncias, o MPE, por meio do promotor Caleb Melo, dirigiu-se ao local para averiguar as condições dos presos e constatou que a cela, de 6m², estava sem ventilação, com esgoto entupido e um clima de 35ºC. Alguns dos presos estavam amarrados, um do lado de fora da grade, e outro ao pé de uma mesa.Ao lado dessa Delegacia de Plantão, funciona o CPPA (Centro de Prisão Provisória de Araguaína). Foi feita uma vistoria onde detectaram que não há telefone e rádio nesse CPPA e nem nas viaturas. O Corpo de Bombeiros constatou também que a estrutura do prédio está comprometida e os extintores vencidos. Não bastasse isso, na entrada do presídio há cerca de 50 colchões e camas de madeira, o que agrava o risco de incêndio.
Com todas essas constatações, o Ministério Público pediu a interdição imediata da Delegacia de Plantão e sugeriu que os presos fossem transferidos de lá. A Justiça acatou o pedido e escolheu o Mirandão como o destino dos presos transferidos, que ficariam lá sob custódia da Polícia Militar de Tocantins. Além disso, a Justiça determinou a retirada dos colchões que ficavam no CPPA, mas ordenou que 20 deles fossem para os presos provisórios, no Estádio Mirandão.
A decisão revoltou torcedores, já que o Araguaína disputará a Série C do Campeonato Brasileiro, e utiliza o Mirandão como seu estádio. Entretanto, o estádio é propriedade pública do Governo do Estado do Tocantins, portanto não há nada que impeça legalmente o Governo de tomar essa decisão.
É fato que a Justiça e o Ministério Público deveriam enviar os presos a outro lugar. O sistema carcerário deveria ter mais estrutura para receber os presos, os lugares deveriam ser melhor cuidados pelo Governo, mas pelas condições precárias em que os presos ficavam encarcerados e pelo Governo Estadual ser proprietário do estádio, a decisão é compreensível. Resta apenas esperar que não atrapalhe o time de Araguaína na disputa da Série C.